Você já se perguntou qual é a diferença entre meteoros, meteoritos, asteroides e cometas? Apesar da quantidade de nomenclaturas, muitos acreditam que esses são diferentes nomes para coisas iguais. Mas não são. Cada um desses objetos têm características distintas e podem ter composição química diferente, sendo que os nomes podem ainda variar dependendo da localização espacial dos corpos. Vamos mostrar aqui quais as principais diferenças entre eles.
COMETAS
Os cometas são objetos pequenos e gelados do Sistema Solar que estão gravitacionalmente presos ao nosso Sol. São quase impossíveis de serem detectados a partir da Terra já que absorvem praticamente toda a luz solar que incide na sua superfície, sendo possível observá-los apenas quando estão orbitando próximos ao Sol.
Os cometas possuem 3 estruturas físicas principais que são o núcleo, a coma e a cauda. O núcleo possui tamanhos bem variados, podendo chegar até algumas dezenas de quilômetros e é composto principalmente de rochas, poeira, gelo e gases congelados. A coma é uma atmosfera que é criada ao redor do núcleo e é originada apenas quando o cometa se aproxima do Sol e os gases voláteis do núcleo se vaporizam. Quanto mais próximo do Sol, o vento solar e a pressão da radiação solar faz com que a cauda do cometa se forme, apontada sempre em sentido oposto ao do Sol.
As três estruturas de um cometa: Núcleo, Coma e Cauda. Créditos: Astronomia no Zênite.
Eles percorrem grandes distâncias, podendo ser classificados em cometas de curto ou longo período. Os cometas de longo período possuem afélio – ponto da órbita em que um planeta ou um corpo menor do sistema solar está mais afastado do Sol – dentro da Nuvem de Oort e suas órbitas são extremamente excêntricas e sua inclinação pode ser aleatória, contribuindo para uma distribuição espacial esférica. Já os cometas de curto período possuem afélio dentro do Cinturão de Kuiper, sendo suas órbitas mais próximas do plano da elíptica, contribuindo para uma distribuição espacial em forma de disco. A figura abaixo mostra as duas distribuições dos cometas, tanto na nuvem de Oort quanto no Cinturão de Kuiper.
Distribuição dos cometas de longo período na Nuvem de Oort e dos cometas de curto período no Cinturão de Kuiper. Créditos: AstroPT.
O cometa Halley é provavelmente o cometa mais conhecido e é visível na Terra a cada 75 anos aproximadamente, podendo ser visto a olho nu. É um cometa de curto período e sua última aparição foi em 1986 e a próxima está prevista para 2061.
Cometa Halley fotografado em sua última aparição em 1986. Créditos: NASA/W. Liller – NSSDC’s Photo Gallery (NASA).
Asteroides
Assim como os cometas, os asteroides fazem parte do grupo dos pequenos objetos do Sistema Solar. São compostos por rochas e metais e possuem algumas centenas de quilômetros podendo em alguns casos possuir até satélites naturais que os orbitam mas, devido ao tamanho reduzido, não podem ser considerados planetas.
Cinturão de asteroides entre as órbitas de Marte e Júpiter. Créditos: LABRE-MG http://labre-mg.org.br
A grande maioria dos asteroides orbitam dentro do Cinturão de asteroides cuja localização está entre Marte e Júpiter, porém, alguns possuem uma órbita mais excêntrica que podem até cruzar periodicamente as órbitas de outros planetas, como da Terra por exemplo. A esses asteroides que cruzam nossa órbita damos o nome de EGA (Earth-Grazing Asteroids), sendo Eros o mais conhecido deles.
Asteroide Eros. Créditos: NASA/NEAR Project (JHU/APL).
METEOROIDES E METEOROS
Os meteoroides são corpos significamente menores que os asteroides que vagam pelo nosso Sistema Solar. Eles podem ser derivados de cometas ou de asteroides a partir de ejeções ou de colisões diversas ou então pode ser um corpo resultante da formação do Sistema Solar. Milhares de meteoroides provavelmente atingem a atmosfera da Terra todos os dias.
Quando um meteoroide entra em contato com a atmosfera terrestre dá origem a um fenômeno luminoso e passa a ser chamado de Meteoro. O contato com a atmosfera terrestre faz com que o meteoroide incendeie devido ao atrito com o ar deixando um rastro de luz visível e podem, às vezes, produzir algum tipo de som parecido com uma explosão. Os meteoros também são conhecidos como estrelas-cadentes e podem ser vistos sozinhos ou em conjuntos, neste caso sendo conhecidos como chuva de meteoros.
Meteoro da chuva de meteoros Leonidas, vista em 2009. Créditos: Navicore.
No dia 15 de fevereiro de 2013, um meteoro de 17 metros de diâmetro foi visto na Região dos Urais, na Rússia. O evento causou enormes estragos nos edifícios da região e cerca de 1200 pessoas procuraram atendimento médico devido aos ferimentos causados pela passagem do meteoro no lugar. Foi o maior meteoro registrado na Terra desde 1908 e ficou conhecido como Meteoro de Tcheliabinsk.
Rastro deixado pelo Meteoro de Tcheliabinsk na Rússia. Créditos: AP/Chelyabinsk.ru
METEORITOS
Quando um meteoroide atravessa a atmosfera terrestre e acaba se colidindo com a superfície chamamos de meteorito, ou seja, é o fragmento final do meteoroide que conseguiu passar pelas altas temperaturas devido ao atrito com nossa atmosfera. Os meteoritos podem ser metálicos, rochosos ou então uma combinação entre os dois.
O maior meteorito já encontrado pesa cerca de 59 toneladas e tem 2,7 metros de comprimento e 2,4 metros de largura e foi achado na Namíbia. No Brasil, o maior registro de meteorito encontrado foi no sertão da Bahia em 1784 e ficou conhecido como Meteorito de Bendegó. O meteorito possui uma largura de 1,5 metros por 0,7 de largura e pesa aproximadamente 5,4 toneladas.
Meteorito de Bendegó que atingiu o sertão baiano em 1784. Créditos: Jorge Andrade – Flickr: National Museum, Rio de Janeiro.
O meteoro de Tcheliabinsk que já citamos, produziu meteoritos em três locais de impacto diferentes, sendo que um deles deixou uma cratera de 6 metros de diâmetro. Alguns caíram no lago Chebarkul e meses depois um desses meteoritos foi recuperado sendo que a peça pesa 570 quilos.
Peça com 570 kg do meteorito foi retirada de lago próximo de Chelyabinsk. Corpo celeste atingiu região central da Rússia em fevereiro de 2013. Créditos: Andrey Tkachenko/Reuters.